quarta-feira, janeiro 03, 2007

Canto das três Raças...

Ninguém ouviu um soluçar de dor
No canto do Brasil.
Um lamento triste sempre ecoou
Desde que o índio guerreiro
Foi pro cativeiro e de lá cantou.
*
*
Negro entoou um canto de revolta pelos ares
No Quilombo dos Palmares, onde se refugiou.
Fora a luta dos inconfidentes
Pela quebra das correntes.
Nada adiantou.
*

*

E de guerra em paz, de paz em guerra,

Todo o povo dessa terra

Quando pode cantar,

Canta de dor.

*

*
E ecoa noite e dia: é ensurdecedor.

Ai, mas que agonia

O canto do trabalhador...

Esse canto que devia ser um canto de alegria

Soa apenas como um soluçar de dor

1 comentário:

Anónimo disse...

Esta canção é uma maravilha!
África!eu sou uma apaixonada por esta terra,esta música,a dança,a poesia,a terra,o mar...é linda!!!
A linguagem corporal é uma coisa perfeitamente única,nascem e morrem e dançam,cantam...!dados a muito poucas palavras,gerem os silêncios e os olhares de forma sublime.
Sabes?nunca me cansei e não me esqueço...foram momentos de vida de uma beleza que me acrescentou como pessoa.
O som do batuque é das coisas que me lembra tudo isto...e tudo serve para fazer som:uma lata,dois paus,uma caixa,fazem música de e com tudo...
Sem paternalismo mas com o gosto de quem gosta de gostar,devo a gente sem nome mas com rosto de uma doçura imensa o brilho que me dizem ter no olhar e esta força de lutar visceral e naturalmente pela liberdade ,de ser igual e solidária.
A dança que me resguardou de tantas lágrimas que aprendi a cantar,deixou-me crescer feliz,com os olhos no horizonte e na certeza de que ser feliz e livre é uma forma de respirar a vida,as cores,o mar...uma escolha,um caminho,uma luta,em cada gesto e de cada dia.
A raça para mim é a luta de se ser Homem,digno, na pele onde se lê igual e numa alma enorme de sentir livre...e cantá-lo sempre!ainda que chorando por quem ainda não sente assim...
abraço apertado
M