
A multidão que parte...

Eles partem sem olharem para trás
E levam nas mãos o sonho do mundo
Deixam-te sozinho num canto sem paz
Preso a um sonho triste e profundo
Eles passam pela mesma porta
E há muito que deixaram a janela
Levam nas mãos uma garrafa
E na alma… a imagem dela
Levam a água do poço
mas deixam-te ficar lá no fundo
Prendem a corda a um tronco velho e grosso
E escondem as nuvens do outro,
fazendo sinais com o fumo
Ficam a rir com palavras sem sentido
Privadas de perfume, ocas por dentro
Voltam a esconder as nuvens do mundo
Na vontade das suas bocas,
na ignorância do seu medo
E aquele que ficou para trás
na estação da vontade de partir
ficou agarrada a duas pás
que o levam agora
aonde as velas ... a outros fez ir