
Sentado na areia,
de uma praia de sal
Quis ser a gaivota
que para o sul partia
Quis morrer na maré,
que vinha do vale
Quis ficar ali contigo,
só mais um dia

Mas com o disfarce,
de uma onda do mar
Onde as gotas de água
secam as nuvens do dia
Deixei perdida a saudade
que eu tinha do verbo amar
Por entre os grãos de areia
que a mão no mar colhia

Mas o mar aproxima-se,
lentamente da voz
Quando as aves agarram,
o vento inerte
É o som de nenúfares,
folhas tão sós...
Ou será a música,
que um beijo nela verte !?!

E o amar dela
que nela afrontou o mar
Acolhe a lágrima azul
que lá cresceu
É o abraço terno
de quem ficou a chorar
Por um olhar que no mar
o mar nunca te-mereceu...

Mas fica por aqui ò mar
que revolve e agita
num novelo de espuma
vazio de cheiro e cor
onde uma gaivota disfarçada
chora e grita
pelo barco que um dia
levou o seu Pescador