quarta-feira, maio 30, 2007

O Crente da maldade...













Pecado daqueles
que calam a alma
Daqueles que a olhar,
ficam cegos
Parado ele ficou
e a criança não salva
Morrendo aos braços,
de uma cruz com pregos





















Perto de onde
o profeta foi rei
Passando pelas terras
da clara escuridão
Kali, Buda,
sacrifícios e mais não sei
E são tantas as vozes
sem voz e coração













Vergonha de ser
aquilo que sou
Pouca esperança em ser
aquilo que eu quero
São estradas e caminhos
aqueles por onde eu vou
Passo curto,
longa a distância,
e eu desespero














Hipócrita era Judas
e morre aí parasita
Pois eles em redor
são sempre uma multidão
Fica a vontade de partir,
fugir numa visita
Fechar os olhos,
mergulhar na escuridão













Queremos tudo
invocando a modéstia
Sou um crente
que seu deus insulta
Esperando da esperança,
uma qualquer réstia...
Nascida do prazer,
da maldade sem culpa















































NOTA: Sou agnóstico... , respeito todas as religiões, credos e crenças, mas como é fácil para o Homem desvirtuar a religião , reformular e reinventar a fé de uma pessoa... tudo para encontrar justificações e interpretações que permitam o inconcebível e o intolerável:




Extremismo
Inquisição
Fundamentalismo
Jihad




Sofrimento




Dor
Morte
Guerra
Irracionalidade
Ódio
Dogma
Mártir
...

quarta-feira, maio 23, 2007

Mudar...











Têm que mudar as estrelas que não brilham
E renascer no ar as crianças que crescem
Têm que mudar os olhos nos cegos que viram
E nas flores, as cores nas pétalas que nascem







E com a mudança, ela vai-se mudar
Vai-se mudar naquilo que não foi mudado
E o que foi mudado, vai-se moldar
Moldar ao mundo, que hoje te foi dado











Vou mudar porque estou farto
Farto de ver imagens a passar
Reflexos de um espelho que eu parto
Que parto porque eu quero mudar







Farto de em papel escrever
Tudo aquilo que eu vou mudar
Mudo as letras que estou a dizer
E escrevo palavras novas para te dar





Vou mudar a imagem do espelho
Vou ser hipócrita e por ti ceder
Adeus ao jovem, bem-vindo o velho
Adeus aos sonhos que estão a morrer













O sol eu mudei,

para trazer a tempestade
O branco eu tirei,


para com azul te pintar
A lenha eu queimei,


para me arrefecer
E alguém eu matei,


porque eu me quis matar







Mudo…, mas a máscara vai ficar
A mudança não é para eu te dar!!
Não confio, mas quero as pessoas a confiar
No que não muda, mas que está a mudar












...













E então ela escavou furiosamente…
Por um tesouro, jóias ou bondade
E com a chave do baú, já doente
Orou a Deus, para achar a vontade












NOTA: Inspirado na tua vontade em mudar

segunda-feira, maio 14, 2007

Fechado para Obras...

Barca em terra...
Fechado para Obras ...

domingo, maio 13, 2007

2 anos ...

Olá !!

Amanhã a Barca faz dois anos de existência...
normalmente estas celebrações são nostálgicas ...
um olhar para trás e ver o que aconteceu e o que não aconteceu...
as pequenas e grandes coisas...
...
lembrei-me então de algo , a série que neste post podem visualizar, leva-me sempre a viajar para o passado, para um tempo inocente e doce, do qual guardo gratas recordações ... desta forma aqui fica ela como se fosse as velas em cima de um bolo. ...
e como nele existem também um barco e um Pescador ;-) !!
Bjs e abraços...
Pescador

PS: Obrigado pela vossa companhia nestes ultimos dois anos ;-) !!



domingo, maio 06, 2007

Um rio de poetas...




Os tufões pelo mar, na escuridade
Escreveu Antero de Quental um dia
Escreveu só...,mergulhado na saudade
De um poeta, que a sua donzela não via






No fundo da gaveta, o que produz o estudo...
Perguntou a Rodin, o poeta Cesário Verde
Não se tem nada, e anseia-se por tudo
Até a morte, num copo que verte








A noite reina(...) já tudo dorme na próxima aldeia...
Declama António de Feleciano Castilho
Que declama o sofrimento de quem anseia
Por um cego que só nasceu como filho








Meiga Lua!! Os teus segredos onde os deixaste ficar...
Questiona-se João de Lemos, sobre o local
Talvez no céu, onde as estrelas sabem brilhar
Talvez no mar, onde a água se casa com o sal






Se tu, homem que és tu, ente mesquinho...
Soares Passos atormentado escreveu
És a dor que maldade, temos por destino
Fonte obscura do poeta que não sofreu






E é amar-te, assim, perdidamente...
Palavras doces de Florbela Espanca
Jovem que somente sofreu...,só se sente
Mulher que não soube deixar de ser criança



Atravessa esta paisagem o meu sonho dum porto infinito...
Onde chega de barco com Fernando Pessoa
Onde escrever o seu ser não é delito
E andar na rua, somente se for, com uma senhora




Minha alma é como um pastor...
De nome tido como Alberto Caeiro
O poeta faz da palavra uma flor
E da sua sombra, a sombra de um pinheiro





Afinal, a melhor maneira de viajar é sentir...
E Álvaro de Campos assim o fez de noite ao luar
Porque um poeta a chorar, tem sempre que sorrir
Porque se não sorri, nada mais faz do que chorar






Que importa aquele a quem já nada importa...
Di-lo Ricardo Reis num poema artificial
Assim espera-se por alguém...,
Que não é ninguém por detrás da porta




Escrevendo poesia, palavra providencial
Saudades desta dor que em vão procuro...
Levam Camilo Pessanha a simbolizar
A luta do poeta para destruir o muro




A luta do homem para a vida, poder navegar
Oh meus irmãos, da embriaguez da guerra...
Porque não caiu também Alexandre Herculano !?!
Porque não geme aquele, que o gemido quisera !?!





Porque é que para deus, tudo é profano
Por mares nunca dantes navegados, uma epopeia ele escrevia
O sentir da alma de marinheiros mandados
Para um mar distante, que o poeta desconhecia




...


Uma Homenagem aos poetas
ao falar português ...
...